Ah,ah!!... o que é isso mesmo?

Não existe palavra mais evitada do que orgasmo para as mulheres. Só se conversa sobre isso se for para televisão, ou algo formal. No dia a dia, é silêncio... Sabe que nunca ouvi mulher conversando sobre esse assunto? Nem eu, nunca conversei até hoje...
Como ele acontece? o que eu sinto? Será que o que sinto é ele? Finge-se e pronto.
A ansiedade atrapalha sempre.
E os homens nos dão tempo para sentí-lo?
Nós nos damos tempo pra sentí-lo?
Sempre culpamos o homem, como se ele fosse o responsável pelo nosso prazer.
E aí... :
As mulheres fingem . Fingem o orgasmo, o clímax. Afinal o parceiro está esperando isso de você. 
Vamos para cama, para o carro, para o chuveiro, a banheira, porque sentimos prazer nisso, mas "querer" o orgasmo nos afasta dele. Ele não é querer, ele é sentir sem o pensar. É tão complexo, ou melhor, tão sutil e envolve tanta coisa que podemos passar a vida toda sem sentir o que é.
Há provas da existência do gozar para os homens. Está ali é só ver.
Surreal é a palavra para as mulheres.

É um trabalho meio altista a busca do prazer. O em torno é importante, porém a busca é interna.
É prática.
Lembro-me de uma vez numa livraria, o Kama Sutra caiu em minhas mãos e não tive coragem de abrí-lo. Também não tive coragem de ver o filme "Império dos sentidos" - esse filme fez muito sucesso e é sobre sexo sem parar, até as últimas consequências, até a morte do casal. Não tive coragem, até hoje, não o assisti. Acho que por causa do tema morte... sexo tem que ser vida!
O Kama Sutra? não é mais problema, acho que na época, eu não queria copiar nada. Era isso.

Quando estava com 17, 18 anos, um amigo emprestou-me uma espécie de manual feminino do sexo, muito bom. Falava de tudo sobre sexo, até exercícios que melhoravam o sentir feminino. Eu o devorei escondido. Era prazer puro lê-lo. Lembro-me dos dias, do que eu sentia, enfim foi minha abertura para o meu corpo. A gente tenta viver o que lê, o que ouve, mas a liberdade está na mente e a mente feminina é ainda povoada de muitos conceitos que nos paralizam, nos predem. Conceitos antigos: transar dói - falava-se muito isso; a menstruação, esconde-se como se fosse uma doença; mulher direita só deve servir ao homem para procriar, prazer? o que é isso? coisa de prostituta! - parece antigo, né? Tocar o próprio corpo? masturbação? jamais! Entre tantos outros conceitos que se modificaram um pouco ao longo dos anos, mas que ainda persistem mandando em nós, mulheres. Tudo deve ser velado e quando mostrado é de uma forma vulgar.
Como ser liberada sem ser vulgar? - eis o equilíbrio!
O tempo mudou, mas continuamos preferindo o convencional - é socialmente aceitável e por isso, mais fácil.

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