Ser Romântico ou Estar Romântico?


Estava vendo uma série de tv britânica, mas em versão americana, onde dois dos personagens que trabalham juntos em um escritório, se curtem, são amigos, mas queriam ser muito mais que isso. Há atração, há clima entre eles, mas por ela ser noiva há três anos de outro funcionário da empresa, ele a respeita e ela não cede ao que sente. Brincam no trabalho, tem muitas coisas em comum, mantem entre eles códigos de olhares para todos os assuntos, se conhecem, enfim, a gente termina torcendo para que role tudo entre eles, mas não acontece, ela não deixa...

É muito bom assistir ou participar desse jogo de paquera, de atração, e nós sabemos que, se tudo se realizar, parte do encanto desaparece: esse é o Romantismo, o amor que não se realiza, o amor que não chega perto, que "quer mas não quer"; podemos até dizer que romantismo é paixão, é febre. O ser amado é idealizado, sonhado, não há defeitos. Pode-se dizer que o Romântico não ama - Ele se apaixona.

Se há casamento ou se há convivência, aí tudo some e a história muda de figura - vem os conflitos, os problemas, as dificuldades... e outras coisas vão ter que nos envolver para continuarmos a assistir ou viver o amor, não a paixão.

Parece que amamos o Ser Romântico. Queremos que esse "estado" não seja "estado", mas sim um "ser" permanente. Podemos até romanticamente, termos nos casado ou nos envolvido com alguém, mas vamos exigir ou de nós mesmos ou do outro, que o estado de febre que o romantismo proporciona perdure. Contudo, isso não acontece, não tem como! No máximo podemos criar situações e fingir, no bom sentido, que há o romantismo dos primeiros tempos.

Mas eu não quero dizer que com o fim do real romantismo não exista amor. E aí entra a matemática: O romantismo está contido no amor. O amor contém o romantismo, mas não são iguais.

Mas o que a gente quer mesmo é que o casal do escritório esqueça o tal noivado, que ela se renda a sua real vontade, que o beije, que os dois se amem e fim de papo. Essa de amar de longe, de não realizar, apesar de gostoso, de romântico, não é o que queremos. Queremos o tocar, o descobrir, o errar, o acertar. É o "eterno em quanto dure" mesmo e ponto.

Comentários

  1. Tudo certo, tudo justíssimo, mas seria racionalizar demais: não quero que aconteça e não acontece, não deixo acontecer. Mas o sentimento, aquele que te queima dentro, fica la, mesmo se a pessoa se impõe em não querer que queime.Ai entra a questão de alimentar esse fogo; se eu não alimento ele não cresce, não explode, me defendo pra não sofrer. Sim porque amar é ótimo, mas dói de todo jeito, mesmo quando da tudo certo!!!!

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  2. Realmente o verbo querer e o verbo sentir não tem o mesmo significado!! O ser humano nem sempre se permite sentir com medo de tbm sentir e aí cria o Falso - sentir, vontade -de-ter vontade, o não- alimentar.Entretanto o amor romântico, idealizado é muito mais complicado e envolve muita história, convenções, que tbm envolve a expectativa, o querer que o outro dê algo em troca, n os complete, nos aceite - haja psicologia!

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