Divergências

Recebi um texto  onde o autor rememora a vida no passado, qdo as pessaos visitavam as outras sem avisar, onde as crianças brincavam na rua, uma alegria e felicidade geral. Enfim, parecia um paraíso na terra pela lente desse autor.

Relembrar com humor é ótimo!
Relembrar com saudosismo, dizendo que o agora é horrível e que o passado sim é que era o bom, faz-me lembrar depressão. É uma tendência da velhice achar que o novo não é bom, e que "minha época sim, meu tempo, sim". Minha avó dizia muito isso e eu achava estranho e que havia algo errado – e havia. É uma atitude depressiva e velha. Eu me sinto atual e jovem, sem negar minha experiência de vida, aliás bastante aproveitada.

O hoje carrega o passado, porque, se fechamos as portas por conta da violência, o passado é o responsável e muito, por essa situação. Drogas?(coloque álcool no meio) existem desde sempre, e a infância e adolescência dessas pessoas mais velhas ou um pouco mais velhas que nós, foram recheadas de muita coisa errada  e  os bolinhos e café servidos às visita inesperadas,  só escondiam e amenizavam as loucuras domésticas, a falta de cuidado, os egoísmos, a falta de  carinho. Hoje temos que fugir dos bolinhos e dar aos nossos filhos carinho, atenção, tudo que não tivemos ou que tivemos pouco.

O autor chama de gostoso, as pessoas chegarem sem avisar. Podemos chamar de falta de educação, invasão de privacidade - aliás era o que eu mais via  quando garota, e  ouvi já muitos relatos sobre família, onde a primeira vista, seria a família unida, mas olhando mais atentamente, a invasão do "outro" é uma prática.

Muitos dos problemas de relacionamento humano batem nesta tecla: não respeitar os espaços alheios com pretexto de intimidade e amizade. Até mesmo dentro de casa, com nossos filhos, marido,  a gente deve respeitar os espaços("os mundos" tbm e principalmente) - fica mais fácil, as relações duram mais e isso não quer dizer falta de amizade, amor ou intimidade.
Ser disponível não é o mesmo de estar disponível.


Esse respeitar os espaços às vezes são confundidos com formalidade - não vejo o respeito pelo espaço do outro como formalidade: formalidade é algo vários tons acima e nem sempre significa respeito.

 Respeitar os espaços evita tanto rancor, mágoa, decepção, desavença e por aí vai. Essa informalidade que alguns defendem é responsável por afastamentos imensos, separações, mágoas que não saram e tanta coisa ruim.

Respeitar os espaços é simples, basta praticar: dá trabalho no início, mas aproxima mais do que afasta, pode ter certeza. 

Vamos achar no novo coisas boas e lembrar sim do passado, mas como eu falei, com humor, alegria. Temos que gostar do novo, até porque se temos filhos (jovens ou crianças) vivendo esse novo, dizer que aquilo que vivemos é que foi  o bom é desmerecê-los, desmerecer o tempo deles que é tbm o nosso tempo, afinal estamos vivos.

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