Opinião, só opinião...

O casamento não tem finalidade de perpetuar amor.
Leia-se o amor romântico. O ser humano gosta do amor romântico, aquele que começa com um olhar, que começa pelos sentidos e que todos, mas todos mesmo, sem exceção, gostariam de manter aguçado para sempre!

Assim, tem gente que, querendo manter esse amor pra sempre, confunde amor com posse e possuir é amar e casam para garantir a posse-amor. E tentam construir redomas a prova de vida "extra- casamento". É uma forma de sentir-se donos e felizes. Se funciona? há  dúvidas, mas com certeza vão sofrer o trabalho de construir essa redoma e manter-se fiéis - um dono do outro - até que a morte os separe - uma trabalheira! E a vida passa... mas passa pra todos.

Faz parte. Mas antes fosse só esse o trabalho dentro do casamento...(Mas e o prazer de antes, aquele do amor romântico? onde foi parar?)

Pense então: quando alguém deseja se unir a outra pessoa, ela terá que dividir com alguém a vida de maneira consciente. Deverá desenvolver maturidade social, consciente de que terão que ser educados  um com o outro, respeitando os espaços de cada um. Deverão dividir as despesas, compartilhar as riquezas e prejuízos, calculando as perdas e ganhos, dividindo as responsabilidades e atividades dentro de casa - afinal a vida a dois será um "condomínio" .  E além disso, poderão enfrentar as   adversidades do caminho. Isso é casamento. Pensou?

(Diante disso tudo e de outras coisas que devo ter esquecido, ainda há ilusão do amor romântico perpetuado?)

O casamento pressupõe um amor capaz de renúncias e que não será um amor exclusivo, mas sim compartilhado, principalmente com a vinda de mais almas a administrar: os filhos. Entretanto, não é renúncia de si mesmo. Você existe e o outro também, os outros também. E  assim, perceberemos que podemos amar várias almas, várias pessoas e que não possuímos ninguém. Não há posse.

O amor não se perpetua, o amor se transforma e pode extender suas fronteiras ou minguar no egoísmo, difinitivamente provando-se inexistente ou efêmero. (E o amor romântico?! ah... esse procure nos livros ou se apaixone todo dia!)
Mas é só uma opinião.