História por Trás das Alianças


Desde de que nos conhecemos por gente, vivemos em um mundo com comportamento claramente estabelecido. Você não opinou sobre o modelo de educação no qual foi educado, não decidiu se queria ir aos encontros de família de domingo e nem se gostaria de ser batizado – essas coisas simplesmente já estavam lá antes de você nascer e você simplesmente TEVE que se enquadrar para poder viver em sociedade. Daí, nossos desejos foram aos poucos sendo substituídos por coisas que aprendemos a desejar, por causa de uma expectativa social. E, então aprendemos que, se quisermos ter uma vida feliz, completa e estável, precisamos nos casar (ja viu novela com final feliz que não envolvesse casamento?). E como é muito mais difícil nadarmos contra a maré fazemos o que o mestre mandou – nos casamos.
A obrigatoriedade dos casamentos começou a se fazer presente principalmente com a intervenção da Igreja na união das pessoas, que o transformou em sacramento. Ou seja, case-se e é bom que fique assim pelo resto da vida se não quiser ser um pecador. E assim se casar passou a ser também um requisito para que você não ficasse fora da panelinha da vida social. Estabelecia-se, então, um acordo – o homem seria o provedor da casa e a mulher cuidaria do homem e de seus filhos – isso era o sinônimo da verdadeira felicidade. Enquanto as coisas funcionavam com esse acordo de igualdade, os casamentos duravam bem.
Mas acontece que, o amor entrou na história. Não queríamos nos casar mais somente por uma questão de boa sobrevivência – queríamos mais, queríamos alguém que fizesse tudo isso e que, ainda por cima, o amássemos. Daí as pessoas passaram a escolher seus parceiros por amor e esperavam que esse amor e que o desejo sexual durasse para a vida toda. Passamos a idealizar o nosso par como alguém perfeito e depois passamos a vida toda tentando moldar o outro pra que ele se torne aquela pessoa com a qual fantasiamos. Fantasiamos que no casamento teremos realmente achado a tampa da nossa panela e que o outro vai ser capaz de satisfazer todas as nossas necessidades pessoais. Cedemos demais esperando manter essa idealização e a conseqüência inevitável é um acumulo de frustrações, dia após dia, que torna o casamento extremamente sufocante. E assim, ficamos frustrados e até bravos com o outro por nos vermos presos a uma pessoa só pelo resto da vida quando percebemos que ele não pode suprir todas as nossas necessidades. E, acredite – ninguém pode.

Casamento – onde menos se faz sexo

Não existem estudos concretos de quanto tempo é possível que o tesão por uma mesma pessoa persista mas, algumas pesquisa mostram – claro, com margem de erro – que ele tende a durar intensamente uma média de quatro anos (nos casos bem sucedidos). Por isso, nos casamentos, é tão normal vermos casais que não transam ou que transam só nos anos bissextos – fato normal, já que é impossível obrigar alguém a sentir tesão eternamente por você. Por isso, o sexo acaba virando, em muitos casos, uma obrigação, um dever, algo mecânico que tem que ser feito pra não pegar mal. Como o desejo sexual está ligado ao encantamento, à descoberta do outro, o sexo no casamento acaba ficando chato e repetitivo. Quando os filhos chegam então, pior ainda – tudo vem antes do sexo, que acaba sendo deixado de lado. E aí, muitas pessoas aprendem a se conformar que o sexo não é tão importante assim na vida e é aí que abre-se, não uma brecha, mas sim um rombo para a traição,
Esse problema seria resolvido se aprendêssemos, desde cedo, a separar SEXO de AMOR – mas, como não somos ensinados a separar as duas coisas desde pequenos, nem a música da Rita Lee nos ajuda a diferenciar uma coisa da outra. E, sempre quando, mesmo compromissados, sentimos um impulso ou atração sexual por outra pessoa, logo imaginamos alguém apontando o dedo na nossa cara dizendo: “Quando se ama de verdade, só se sente tesão por uma pessoa” ou “Se você sente atração por outra pessoa, então é porque na sua relação não existe amor“. Apavorados com a ideia de termos nosso amor questionado, nos reprimimos e nos sentimos culpados até o último fio de cabelo.
Mas e agora, o que faremos? Esse problema poderia ser resolvido se as pessoas encarassem esse fato sem preconceitos e com honestidade. Enquanto não reconhecermos que o outro pode sim sentir desejo sexual por outros corpos além do nosso, continuaremos vivendo na mentira para sustentarmos um modelo de relacionamento falido.

daqui


Comentários

  1. Apesar de pertinentes as idéias, casamento não está tão falido assim.Afinal continuamos casando...

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  2. s
    Sei não! Amor, casamento, desejo, existe uma receita pra isso? Cada um precisa encontrar o que faz ao caso proprio. È tão obvio, mas mesmo assim dificil!!

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