Viver é simples 2

Sentou-se num Café. Sozinha. Bebeu uma xícara pequena, um copo de água e chupou uma bala também de café.
Olhou-se no espelho que ficava ao lado de sua mesa e notou que alguém a observava. Fingiu não perceber,  disfarçou olhando o menu; levantou-se, foi ao balcão, pediu qualquer coisa  e voltou à mesa, desfilando diante do olhar  que a seguia agora fora do espelho. Olhou dessa vez para o espelho, encarando o alguém desconhecido: estava ali, seguindo-a em cada gesto. Ele tenta disfarçar, mas era inútil, ela agora sorri .
De longe ele pronuncia então, algumas palavras sem som e ela lê seus lábios dizerem: " posso  sentar  aí com você?"
Os dois próximos: riem e falam bobagens; e falam bobagens e riem... 
Resolveram  deixar o lugar, andar um pouco e de repente, as mãos se tocaram. Sorriram e se beijaram - cheiros e gostos, tesão  e vontade de entrar cada corpo no corpo do outro... - os corpos se entendem, sem palavras, mas com seus próprios sons.
Num estacionamento coberto, no carro dele, a camisinha tirada da bolsa... dela ("ah, sim! o preservativo, tão importante!!"): rasgada a embalagem e o embalando de forma tão  erótica (ou sensual?) - um minuto, dois, quantos fossem precisos, tocaram-se livres de qualquer história e então fizeram aquilo que todos chamam de amor - gostoso e arriscado; forte, intenso. 
E quando já cansados, suados naquela ginástica... no desconforto do lugar, entreolham-se e...  sorrisos... silêncio... e ela se  pergunta sem coragem de verbalizar: "Como ele se chama mesmo?..." 
Viver é realmente simples.

Rossana



Comentários

  1. Aquilo que se chama amor, mas que na verdade é sexo! Se diz: fazer amor, mas amor não se faz, se sente. Sexo se faz e é bom não confundir!!

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  2. Pois é: a velha mania de botar a palavra amor em tudo!

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