Podemos dizer que vemos suas manifestações, do amor e de Deus, e só elas os definem. Essas manifestações, contudo, são impregnadas de nós mesmos, os "vemos" quando nos vemos.
Amor é uma palavra inventada pra definir um sentimento que, como nós, é finito, fugaz, passageiro.
Não existe o sentimento quando esse não se manifesta, e amor, frequentemente, quando se manifesta, é cheio de ego, de vontades, de exigências. Quando não exigimos mais, talvez ele, o amor, não mais exista. O seu "não existir" não significa o seu antônimo - o ódio ou o desprezo. A sua não exigência, poderíamos dizer que è a chegada da plenitude do ego: me basto e entendo que não devo esperar nada de ninguém, nem de nada. Acho que é o encontro da felicidade plena não esperar nada de ninguém, nem de nada... mas não sei se isso é possivel... Talvez seja apenas um desistir... um desistir sem raiva, sem vontade de tê-la... o amor aos filhos pode ser a sua maior manifestação, mas mais uma vez depende do eu: vejo-me neles, suas vidas são a minha vida, sua continuação. Ou não.
Posso só dizer que essa descoberta é muito dolorosa, caro leitor! vai de encontro a tanta coisa e não tem a ver com livros e filosofias. Tem a ver com sentimentos vividos e bem vividos, mas quero enfrentá-la - a dor.
Aquilo que dizem ser amor chama-se, muitas vezes, gratidão, dependência, carência, a vontade de companhia, vontade ter alguém para partilhar. É também sentir possuir ou pertencer, esses sim, sentimentos que nos preenchem de vida: "Possuir" alguém além de nós mesmos ou Pertencer ou haver um laço... Falo de amizade e falo de relacionamentos entre casais( de todos os tipos); falo de filhos, falo de pais.
Sempre disse que sentir o amor, aquele que "não existe", é, no turbilhão da vida, não esperar nada em troca. É contemplar o fluir de um rio (alguém já usou essa imagem, eu sei)
e não sentir dor (sem certezas , caro leitor, só a pensar em voz alta).
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